"Eu quero sujar os cabelos de confeti
mascar gomas de chiclete e 'dançarolar' pelas areias
Preciso desenrolar os teus descasos,
me afastar desses sapatos
e arrumar todo o caso que me faz despertar
Preciso me lembrar de como meu riso completa-se ao sol
como os olhos são minúsculos diante da beleza Divina
Arriscarei gritar pelos cantos, como é bom saborear este ar
Serei louca ao me despir dos materiais, dos metais e dos carnais
Mais louca ainda, sou por perseguir esse pensamento
Cobrir meu rosto de vento até que o pescoço não seja mais por movimento
Contas, pontas, números, sinais,
medidas, destinos, bebida
E por onde foi que caiu a pipa e peão?
Os homens que conheço são rudes, e as mulheres?
Pálidas Marias de floridos vestidos
ou chinelos de plástico coloridos
E foi-se o couro do touro,
e a carne ao prato do extinto tamoio
Penteio os cabelos pensando no novelo
Por ontem algum cobriu os meus pêlos,
minha pele seda e meus contornos
Pernas entrelaçadas por dois destinos genuínos de passaradas
Me roga agora, em madrugada, e suplica o café prometido
na manhã do beijo despido
Agora não posso mais por teu gemido
Por favor, fale baixo a prece ao pé do ouvido
pois santos e anjos apetecem os meus sentidos
ao abster-me dos teus"
(Giselle Lobato - 06.01.2010)
Comentários