"Não é que eu queira me abster das interações habituais mas é que tenho estudado, voluntariamente e de forma segura, as coisas as quais eu não queria selecionar antes. Aliás, eu nem sabia.
E é assim que se alimenta um vício...
Vício do ócio mental é pior que o vício material, aprendi.
A falta de escolhas e conhecimento pessoal e intransferível é o que nos faz seguir a luz ao afundar nessas águas desconhecidas. Bacias venosas, evaporando mágoas..
Aquelas escolhas bobas que, às vezes, sem perceber, deixamos ao relento, parece-me que eram bolas de poeira invadindo uma fotografia quase perfeita. Talvez essa desconhecida que vos fala, sabia a falta que ela à ela fazia. Quem sabe?!
Reparando que em cada vez que se olhar ao espelho, vê-se uma nova criatura, novas marcas e cicatrizes surgem mas quando se é muito jovem, não se sabe disso. Reparei.
Muitas marcas incomodariam e irritariam qualquer estética mas qual estética mais confortante do que a estética de reviver o passado, apenas em saudosas lembranças?!
Sempre disseram mesmo a mim, que um dia eu riria de muitos passos passados, principalmente os obscuros e acho mesmo que foi uma das citações mais sinceras que pude comprovar do existencialismo alheio. Algumas pessoas têm razão.. já as suas razões, são particulares.
Não queira dar conselhos ao vento, ao menos convenver o céu de que a chuva complementa as suas feições e em cada delineamento das estrelas, sejam elas em muitas ou poucas aos teus olhos, tem-se uma pintura. Repeite-as.
Em qual dedicação acolhe a sua posição?
Ora, esses desconhecidos transpassando as avenidas e concordando com o verde e o vermelho são outros possíveis eu's teus. Não fuja disso.
Entenda que solitude não tem absolutamente nenhuma semelhança à solidão.. não tem!"
Giselle Lobato · 04.02.11
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