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Mostrando postagens de 2013

Essa Estrada

Já não consigo olhar pra trás. Antes a julgar descuidos, hoje não pretendo pensar.  Refletir agora é o que mais empena os sentimentos nus que pude conhecer. Abotoar as roupas e desfazer as malas de uma grande viagem, embora não seja tão prazeroso, reflete o que foi bom no percurso. O que havia por baixo dos panos... sem enganos. Já não consigo lembrar de poucas das muitas coisas, ou ao contrário, sabe-se lá como virá o dia pela manhã. Sendo sol ou  chuva, há de ser o céu, moradia das estrelas e tantos outros planetas, que estarei a contemplar. Há muitos mais mistérios entre nosso vão entendimento. Há muito mais de mim em mim do que eu em ti.  Há muito mais amor... Mas quem se importa? Aqueles que vagueiam por alheias vidas a solfejar assuntos de fotografias? Os que pragueiam o amor dos observados? E quem é que há de julgar qualquer fato a sobrepor os saltos que o meu coração é capaz de transparecer? E o seu então quando quase parece sair pela boca? Por onde anda quem nã

Varais

No pequeno vilarejo de moradias coloridas, vizinhas ao pé de pitanga, moram roupas nos varais. Moram em dias de sol pois a chuva lhes altera no avesso dos propósitos.  Em alguns dias, os varais ficam sós mas estão ali ao aguardo de seus hóspedes. E são tantos! Cada qual por uma cor, por uma forma e peso. Acho que não sendo pelos seus varais, este vilarejo que vejo não existiria.

Preâmbulo

Penso em música e não consigo escrever As notas que de minh'alma vêm,  sossegam meu desalento Ainda assim, não consigo escrever Tendo excesso de palavras, pouco posso dizer Que não seja cedo, que não tenha medo Busco as fontes que me inspirariam Se por perto pudesse Tantos poetas e os compositores incompreendidos Fecharam seus livros, Guardaram seus versos Esvaíram deixando um pouco de si Se hoje pudesse prever o futuro, de certo estaria na devida companhia Bem sei e vejo no jarro a enfeitar, flores de nós para  podar e cuidar
Do ventre, tanta vida brota. A água, a luz, tantas sementes alimentam. Até mesmo a pedra, por atenção dos ventos, também muda de lugar. E jamais deixa de sê-la. Remodela. Conversar com o que está em nossa volta. Comungar com o mundo que fazemos parte. Vivendo hoje, amanhã faceira vem. Brindar as existências do que em nós permanece. Gratidão!

Acima

"O rosto Exposto Desgosto Oposto Não vejo Desprezo Desejo  Beijo Um céu Fel Cordel Nem mel Não aparecer Saber Não crer Conter O jeito Imperfeito Deleito Respeito Estremeço Anoiteço Enriqueço Mereço Manhã  Cristã  Lã  Terçã Fã Vã Sã"

Copabaiana de Copacabana

Acervo Particular Giselle Lobato (Riacho Doce - Bahia - 2011) " N o tempero tem dendê, tem cheiro Eu vou chegar lá na Bahia para ver o dia amanhecer Vou me lambuzar, deixar panela no fogo e vou ralar o milho Traz a sua cocada, bananada e o melado pois é dia de forrar, forrozear e farrear Q uem tá chegando é o povo que veio pra comemorar Só a Bahia tem todo esse jeito, e os trejeitos o gingado da baiana, e ela tem Ai do sujeito que não tem nem fé pois mal sabe o que é que tem nem sabe qual é que é, do nordeste, o melhor acarajé Ô iaiá, isquindô lalá Salve a Bahia, morena,  o azul e a mulata! D esce ladeira abaixo pra ver e chega lá para provar Levanta até o queixo se ganhar um beijo É que lá tem até cortejo para você embalar" (Giselle Lobato)

Meu canto e o seu cantar

❤  A hh! Sabiá que me encanta, por hoje, ainda não apareceu. Creio que esteja voando e cantando, em missão de levar aquilo que pretendemos multiplicar. Sua natureza me encanta sempre que me embala a cantar! M eu lindo sabiá, chegou a este mundo e com ele,  descobriu tantos outros universos... Canta tão belo e voa tão alto, como quase perco de vista. Mas lá do alto, a terra vê. Não me perde de vista. Ouço seu coração bater, como vejo suas asas. O nde estiver, voa, sabiá ao infinito E por amor ao que a ti compõe. Que seja em meus ombros a pousar, pelos céus a cantar ou pelos belos dias a voar.

O tempo e o vento

E foi ao abrir a porta, que passo à frente ele deu. Destrinchando os espaços ocupados e,  enfurecidamente passou. Imagina-se que tenha voltado mas prosseguiu. Prosseguiu. Seguiu. E se foi.  O mesmo, não voltará. Ainda que denomine-se o mesmo apelido ou nome, que seja suspirado ou abraçado, ele passou. E svaiu-se feito nada mensurável. como ele é E sabe ser como ninguém. Quando foi percebido, novamente passou. Ligeiro. Caso ele volte recebido com gosto, pouco saberá. Se nada sabe sobre ele, ele mesmo dirá.
E quem haveria de ser tão louco de não viver de amor?!

Ângulos

Cale-se ou cálice. O que prefere beber? E o que há dentro do copo, do corpo, ou do oco, Vê? Após, limpa. E novamente, enche. E esvazia. Do outro lado da janela, há sempre outra vista.
Eu disse pra mim, e em mim, acreditei E creditei essas palavras Conversei com meu eu, Que a mim respeitaria E assim, ouviria cada palavra de outrem que por mim fosse além E então eu avisei, que o olhar e o gostar,  pouco custa e muito valem a quem bem me quer Pedindo a benção a essas letras e a ofício dos dias que virão Avisei, que esse eu que a ti pertence é mais Oz do que nos deu É gigante e noz
A simplicidade do que vivemos é a real felicidade que temos E o amor... Este está acima de todos os demais pensamentos Que os tropeços da vida, una com carinho os que são bem aventurados pelo simples jeito de olhar para frente Que por cada sorriso, tenhamos uns aos outros com afeição E que por todos os caminhos, sejamos para todos luz!